quarta-feira, 5 de maio de 2010

Contando a mãe que é gay

Essa certamente é a coisa mais difícil que um homossexual pode fazer.
Foi domingo passado, era certa de 14 hrs, estava um pouco frio e o sol batia na cama dela, em seu quarto. Chamei ela pra conversarmos, ficar um pouco ao sol.
Conversamos sobre diversos assuntos, até que eu disse:
- Mãe, você me ama?
- Claro que eu te amo
- Você não deixaria de me amar por nada? Nada mesmo?
- Não filho, porque?
- Eu tenho uma coisa pra te falar... Mas não consigo, é muito difícil.
- Diga, você não pode ficar com esse bloqueio na cabeça. Se você não disser, eu nunca vou saber o que é e não posso te ajudar.

Eu tentava, tentava e tentava... Mas a voz não saia. Qual seria sua reação? O que ela pensa a respeito disso?
Depois de certa de 10 minutos, tomei coragem:

- Mãe, eu sou gay.

Rapidamente ela levantou-se da cama onde estava deitada, olhou pra mim e disse:

- Mas como assim? Como sabe disso? Alguém "passou a mão" em você?

Então expliquei tudo á ela...

- Mãe, tudo bem?
Ela não disse nada, percebi que estava muito confusa, fui e a abracei bem forte, senti que foi o abraço mais apertado que já recebi, o abraço que mais me confortou.

Depois conversamos mais um pouco a noite antes de dormir, ela me fez perguntas, se eu já havia saído com garotos, garotas, essas coisas...

A melhor amiga dela, e também minha segunda mãe morreu à dois anos. Vi que ela estava se sufocando, sem ninguém pra conversar. Sugeri que marcasse um psicólogo, se ela quisesse eu iria junto, conversaria. Ela aceitou e disse que vai marcar.

Ela disse que vai me apoiar no que for preciso, me pediu um tempo pra se acostumar com a ideia e disse que qualquer coisa eu posso conversar com ela.



Bom pessoal, estou compartilhando isso com vocês porque sei que muitos estão na mesma situação que eu. Tentarei atualizar frequentemente, e assim que formos ao psicólogo contarei o que aconteceu e a conversa...

Obrigado a todos!

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